sábado, 29 de dezembro de 2012


Ilha de Patmos

A P O C A L I P S E
Introdução
O autor do Livro do Apocalipse é o Senhor Jesus, 1:9. João, o evangelista, é o escriba, ou seja, o escritor.  
Em virtude do exercício e anúncio da fé em Cristo, mesmo sendo avançado de dias, João estava exilado na Ilha de Patmos, no mar Egeu, distante 90Km de Éfeso. Arrebatado em Espírito, teve a visão do Apocalipse. Esse acontecimento deu-se por volta do ano 98 d.C., período em que muitos povos do mundo estavam sujeitos ao domínio de Roma. Portanto, muitos dos nossos irmãos da Ásia sofriam severa perseguição por causa da fé, pois o governo romano foi ficando cada vez mais perverso e menos tolerante com o povo de Deus.
O livro do Apocalipse é também chamado de “O Livro da Revelação”, pois a palavra apocalipse, do grego, significa “revelação”.
Há alguns aspectos importantes a se considerar para a leitura desse livro:
1.   O livro é divinamente inspirado, profético e com fundamento no Velho Testamento;
2.   O próprio Senhor Jesus, glorificado, mostrou a João;
3.   É um livro onde João nos conta através de símbolos e imagens o que o Senhor o permitiu visualizar e relatar;
4.   O livro relata coisas que “em breve devem de acontecer”, 1:1; e que “o tempo está próximo”, 1:3.
A leitura do Apocalipse deve ser com um coração simples e aberto à operação do Espírito Santo, para: Embeber a alma, firmar a fé, estabelecer o temor e, inicialmente, sem a pretensão de saber os tempos e as formas.
Jesus vem!

sábado, 8 de dezembro de 2012

EVANGELHO DE JOÃO
O Hino do Verbo
Jo.1:1-14
O chamado Hino do Verbo apresenta Jesus como Deus. No primeiro versículo, a expressão “no princípio”, no grego, refere-se à eterna existência do Filho de Deus. O Senhor Jesus não foi criado, mas é co-eterno com o Pai.
A expressão “no princípio” usada em Gênesis 1:1, refere-se ao princípio do universo, ou seja, sua criação, a origem do tempo e matéria, mas, no “princípio” de João, Jesus “era” Deus, “e o  nome pelo qual se chama é a Palavra  de Deus”, Ap.19:13.
De forma apropriada, Deus é o primeiro substantivo mencionado na Bíblia. Percebe-se que a Escritura não discute ou tenta provar a Sua existência. Certamente porque Deus sabe que  pessoas honestas consigo mesmas reconhecem a existência de Deus. Este conhecimento é universal entre os homens, Sl.14:1; 19:1-3; Rm.1:18-20. Não é fácil ser um ateísta, exige muito esforço.  “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”, Vs.14.
Existe uma ênfase clara no Evangelho de João em afirmar a divindade do Senhor Jesus, identificando-o como o Criador, “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez”, Vs.3.
Todas as coisas foram criadas pela Palavra de Deus, pelo Verbo de Deus, o Senhor Jesus, “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo”, Hb.1:1,2.
Ao mesmo tempo em que João, inspirado por Deus, apresenta-nos Jesus Cristo como Deus e como Criador, apresenta-nos também como Salvador, e a salvação não terá ocorrido sem guerra, a guerra entre a luz e as trevas, por isso escreve: “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela”, vs.5. Luz, neste versículo, refere-se a Jesus Cristo, pois João escreveu: “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens”, vs.4. Trevas, refere-se a rebelião contra Deus, encabeçada pelo inimigo das nossas almas, um anjo caído. Vale salientar que a linha tênue entre trevas e luz é inexistente.
“De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida”, 8:12. Deus enfatiza no Evangelho de João a necessidade que temos da Luz, que é Cristo, pois onde não há luz, há trevas. Cristo nos deu a vitória completa sobre toda obra maligna, morrendo de morte de cruz, “E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz”, Cl. 2:13-15.
É necessário esclarecer que, no sentido bíblico, treva significa também o desconhecimento e separação de Deus. Por isso, fomos comissionados para levar o Evangelho de Jesus a todo homem, para que, sabendo, creia e converta-se a Jesus, o Senhor. “Então, eu perguntei: Quem és tu, Senhor? Ao que o Senhor respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Mas levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te apareci, para te constituir ministro e testemunha, tanto das coisas em que me viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda, livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio, para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim”, At. 26:15-18.
JESUS VEM!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012


Belém da Judéia
 EVANGELHO DE LUCAS
NASCIMENTO DO MESSIAS
CAPÍTULO 2
                                           
Nasce o Salvador, o Cristo Senhor! Nasceu na humildade e simplicidade. Fez-se pobre por nós, para nos enriquecer com sua pobreza, 2 Cor.8:9. Para o recebermos, nossos corações devem estar com a simplicidade da manjedoura, 2:7. Despojados de nós mesmos, deixamos Cristo nascer em nossos corações para ser Rei, Senhor e Salvador.
Jesus nasce em Belém da Judéia, Mt.2:1, conhecida como a cidade de Davi, 2:11. Belém está localizada cerca de cinco quilômetros ao sul de Jerusalém. Seu nome em hebraico é Beit Lechem, a Casa do Pão, que sugestiva e profeticamente aponta para sua mensagem: “Eu sou o pão da vida...o pão vivo que desceu do céu”, Jo.6:48,51a.
Para que se cumprisse a escritura, Jesus nasceu em Belém, Mq.5:2. José subiu de Nazaré, na Galiléia, para a Judéia, a fim de alistar-se, 2:4. Após Jesus ter nascido e ter sido apresentado a Deus em Jerusalém, 2:22,23, voltaram para Nazaré, na Galiléia, onde Jesus cresceu, 2:39,40, por isso é chamado de Jesus de Nazaré.
A oração de Simeão, 2:28-32, representa uma transição que é experimentada por misericórdia, e com gratidão. Simeão está pronto para morrer, confortado com a sua visão de um futuro bem diferente para Israel e os gentios, lembrando-nos que nosso próprio tempo na terra é limitado, mas, que em Cristo, somos eternos. Maranata!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Evangelho de Lucas
 Zacarias, Isabel e João Batista
 
“No tempo de Herodes, rei da Judéia, havia um sacerdote chamado Zacarias, que pertencia ao grupo sacerdotal de Abias; Isabel, sua mulher, também era descendente de Arão”, 1:5.
 
Na nona semana do calendário judaico é a Festa do Pentecostes. Todos os oficiais do templo estavam em serviço em razão do grande afluxo de gente. Em seguida, na décima semana, recaía  sobre a 8ª família -  ABIAS (ABIAH) a responsabilidade pelo serviço no templo.
Na época do nascimento de Jesus o sacerdote dessa ordem era Zacarias, descendente de Abias, pois Davi havia dividido os sacerdotes em 24 turmas, I Cr.24:1-31.
Zacarias e Isabel, pais de João Batista, eram da tribo de Levi, sendo Isabel descendente direta de Arão. “Ambos eram justos aos olhos de Deus, obedecendo de modo irrepreensível a todos os mandamentos e preceitos do Senhor”, 1:6. João Batista foi o último dos profetas do Velho Testamento, 16:16, encerrando-se nele o sacerdócio levítico/araônico.
Os cânticos de Isabel e Zacarias, cheios do Espírito Santo, 1:41-45, 67-80, profetizam a respeito de Jesus, o Messias, pré-anunciando a declaração de João Batista a respeito de Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”, Jo.1:29b.
Em Jesus, Deus, por juramento, estabeleceu o sacerdócil eterno segundo a ordem de Melquisedeque, rei de Salém, Hb.7:21,28. Por isso Ele pode salvar totalmente e eternamente as nossas vidas, pois Jesus é Rei, Senhor e Salvador.
Sua intercessão por nós é o fato de estar na glória e nos dar acesso ao Pai “pelo novo e vivo caminho”, ou seja, seu sangue por nós derramado na cruz, Hb.10:19,20.
Jesus Cristo glorificado no céu, na presença de Deus Pai, é a certeza de que lá estaremos, uma vez que não nos deixou órfãos.
Salvos, mas ainda não. Maranata!!! 
 

domingo, 18 de novembro de 2012

EVANGELHO DE LUCAS
Comentários
..., havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio; para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado”, 1:3b,4.
 
Nesta passagem, Lucas nos faz lembrar as seguintes palavras: “Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”, Mt.22:29, bem como o que aprendemos com o apóstolo Paulo: Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”, 2 Tm.2:15. E, “que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra”, 2 Tm.3:17.
Quando lemos e meditamos na Palavra de Deus, estamos cumprindo Seu propósito para nossas vidas, pois é pela Palavra que Deus se revela, mediante a operação do Seu Espírito. E é pela Sua Palavra revelada que Deus nos santifica, preparando-nos a cada dia para nos encontrarmos com Jesus – “Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir”, At.1:11b. E, “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”, Hb.12:14.
Desta forma, também estaremos sempre aptos a pregar sua Palavra, com intrepidez, e, a par e passo com o ensino do apóstolo Paulo, podermos dizer: “Porque não me envergonho do Evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê,...O justo viverá da fé”, Rm.1:16,17b.
O mero conhecimento bíblico não proporciona mudança, pois só o Espírito Santo faz com que a Palavra seja vida para o homem, fazendo-se uma "fonte de água que jorra para a vida eterna", Jo.4:14b. Portando, a Palavra de Deus, revelada pelo Espírito Santo, tem poder para salvar e santificar o servo de Deus.
Deus, mediante a sua Palavra viva: Quebra os grilhões, as portas e os ferrolhos de ferro, e as muralhas que aprisionam o homem. Basta anunciá-la no poder do Seu Espírito, para que Ele proporcione ao homem a experiência do novo nascimento.
Devemos ser valentes para sairmos de nossa zona de conforto, vencermos as barreiras internas e externas, indo à cisterna de Belém, junto à porta - Em Jesus, para, então, levarmos água àqueles que suspiram em suas almas pela Palavra profética. 2 Sam.23:15,16. 
Amém!

sábado, 17 de novembro de 2012

EVANGELHO DE LUCAS

Lucas, nome grego que significa "aquele que traz a luz".  Nascido em Antioquia da Síria, Lucas é o único escritor bíblico do qual podemos afirmar que era gentio. Enquanto o Evangelho de Mateus foi escrito por um judeu para judeus e Marcos foi escrito por um judeu para gentios, o Evangelho de Lucas foi escrito por um gentio para os gentios.
Lucas é o autor do terceiro Evangelho e do livro de Atos, At. 1:1-3. Os dois livros mostram uma similaridade de estilo. O escritor foi um companheiro de viagem de Paulo, At. 16: 10-17.  O Evangelho de Lucas foi escrito por volta do ano 60 d.C.
Lucas foi um servo cheio do Espírito do Senhor, com ampla visão da necessidade da obra. Empregou seus dons ligados à palavra escrita para proclamar o que sabia a respeito de Jesus Cristo, procurando fornecer uma narração coordenada e ordenada da vida de Cristo, conforme testemunhas oculares, 1:1-4, gerando o mais longo dos quatro Evangelhos e o mais extenso dos livros do Novo Testamento. Ele fora evangelista, pastor e chamado de “médico amado”, Cl.4:14.
Em sua apresentação de Jesus como homem, Lucas menciona a genealogia do Senhor até Adão. Fica demonstrada a humanidade de Cristo. A genealogia é uma forma de demonstrar que Cristo não apareceu magicamente, mas nasceu de uma descendência, embora de modo sobrenatural.
Lucas oferece mais informações sobre o nascimento e a infância de Jesus do que os outros Evangelhos. Só Lucas menciona o choro de Jesus por Jerusalém, numa demonstração de sensibilidade humana.
Em seu Evangelho, Lucas destaca a atitude ou menção amável de Cristo em relação: Aos pobres, 6:20; à mulher pecadora, 7:37; mendigos, 16:20-21; samaritanos, 10:33; leprosos, 17:12 – narrativa exclusiva; publicanos e pecadores, 18:9-14; o malfeitor na cruz, 23:43 – narrativa exclusiva.
Lucas apresenta mais parábolas que os outros Evangelhos. Mateus inclui 15; Marcos, 4 e Lucas, 23, dentre as quais duas são exclusivas: O Filho Pródigo e a Dracma Perdida. Lucas apresenta tom poético, exultante, festivo. Só ele registrou os cânticos, orações e declarações de Zacarias, Isabel, Maria, Simeão e dos anjos.
O autor mostra a receptividade de Cristo para com todo tipo de pessoas: Samaritanos, 9:52-56; Pagãos, 2:32; 3:6-8; Judeus, 1:33; 2:10,11; Mulheres; Publicanos; Pessoas respeitáveis, 7:12,13,36; 11:37; 14:1; Pobres, 1:53; 6:20; Ricos, 19:2; 23:50. Mateus até cita alguns desses fatos, mas Lucas entra em detalhes.
Mais do que qualquer outro escritor dos Evangelhos, Lucas aprofunda-se na variedade dos eventos incomparáveis que são associados ao nascimento de Jesus. Ele nos conta sobre as circunstâncias incomuns do nascimento de João Batista, 1:5-25, 57-80; do relacionamento entre Maria e Isabel, e da alegria exultante das duas mulheres quando percebem que Deus está prestes a operar maravilhas através de seus filhos, 1:26-56. Lucas narra a visita angelical aos pastores, 2:8-20; sobre a revelação dada a Simeão e Ana de que o menino Jesus é na verdade o Cristo de Deus, 2:21-40, e sobre a visita de Jesus ao templo em sua infância, 2:41:52.
“..., havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio,...”, 1:3b.
Podemos destacar oito características principais do Evangelho de Lucas: 1ª) Seu amplo alcance no registro dos eventos na vida de Jesus; 2ª) A qualidade excepcional de seu estilo literário; 3ª) O alcance universal do evangelho, ou seja: Que Jesus veio para salvar judeus e gentios, igualmente; 4ª) Salienta a solicitude de Jesus para com os necessitados; 5ª) Dá ênfase a vida de oração de Jesus e seus ensinos a respeito; 6ª) Menciona o notável título de Jesus, a saber: “Filho do Homem”; 7ª) Destaca a alegria que caracteriza aqueles que aceitam a Jesus e sua mensagem; 8ª) Dá ênfase na importância e proeminência do Espírito Santo na vida de Jesus e do seu povo. Amém!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

ATOS DOS APÓSTOLOS
Paulo em Roma
Roma era chamada de “Cidade rainha da terra”. O Grande centro de interesse histórico. Durante dois milênios (2.º séculos a.C. ao 18.º d.C.) foi a potência dominadora do mundo. É ainda chamada “Cidade Eterna”. A população, na época de Paulo, era de 1 milhão e meio de seres humanos, metade de escravos. Capital de um império que se estendia 4.800 km de leste a oeste, 3.200 km de norte a sul. A população total do Império era de 120 milhões de almas. Por apelar a César, o Apóstolo aos gentios teve que ir para essa cidade.
A viagem de Paulo a Roma, 27:1 - 28:15. Essa viagem começou no outono de 61 d.C. e terminou na primavera de 62 d.C. Foi feita em três navios: Um de Cesaréia a Mirra; outro de Mirra a Malta; o terceiro de Malta a Potéoli. Daquele tempo ao meado de novembro a navegação no Mediterrâneo era perigosa. Do meado de novembro ao primeiro de março esteve suspensa. Pouco depois de ter deixado Mirra, caíram em ventos contrários, e depois de se abrigarem um pouco em Bons Portos, se arriscaram outra vez, e foram acometidos por um tufão que os levou longe da sua rota; depois de muitos dias, não havendo mais esperança, Deus, que dois anos antes, em Jerusalém, prometera a Paulo que o levaria a Roma, 23:11, mais uma vez aparece a Paulo para lhe assegurar que Sua promessa seria cumprida, 27:24.
Paulo foi levado a Roma com mais uns presos. Foi confiado a um centurião e alguns soldados da corte imperial. Embarcaram, navegaram ao longo da costa de Creta, de onde uma tempestade veemente de vários dias os levou para a costa de Malta. O navio encalhou num escolho e os náufragos passaram o inverno na ilha. Depois navegaram via Sicília até Potéoli, onde Paulo e seus companheiros durante oito dias foram hóspedes da comunidade cristã.
Paulo em Roma. A primeira coisa que Paulo fez ao chegar a Roma foi convocar os líderes judeus para poder justificar-se das acusações contra ele, e para obter uma audiência amigável. É este o último registro de sua tentativa de ganhar os judeus. Observemos o resultado da sua pregação, 28:24-28; compare com Mateus 13:13-15 e João12:40.
Paulo passou dois anos ali, no mínimo, 28:30. Apesar de ser prisioneiro, tinha licença de morar numa casa própria, alugada, com seu guarda, 28:16. Tinha licença de receber visitas, e de ensinar sobre Cristo. Já havia um bom número de cristãos ali, Rm.16.
Os dois anos que Paulo passou em Roma foram muito frutíferos, atingindo o próprio Palácio, Fp.4:22. Enquanto estava em Roma, escreveu as Epístolas aos Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom.
O consolo de Paulo em Roma. Em Roma Paulo obteve licença de, embora guardado sempre por um soldado, podia receber livremente qualquer pessoa em sua casa, Cl.4:10.
Logo apareceram diversos de seus colaboradores, bem como representantes da maioria das comunidades cristãs. Dois deles, Aristarco e Épafras, Cl.4:10; Fm.23, compartilharam voluntariamente sua prisão.
Paulo aproveitou-se de sua relativa liberdade para pregar o evangelho: Primeiro, novamente, aos judeus, 28:17-28, mas também aos soldados que o guardavam e a outros romanos, Fp.1:13.
Em Roma Paulo escreveu as chamadas “Epístolas do cativeiro”: Efésios, Colossenses, Filipenses e Filemon. Nas duas últimas transparece a sua esperança de ser libertado em breve, Fm. 22; Flp.1:26; 2:24.
A maneira pela qual Paulo usou seus infortúnios serve de estímulo aos que estão “presos” em virtude de má saúde ou de outros motivos, a serem engenhosos na busca de meios pelos quais possam usar as circunstâncias limitadoras com vantagem para a pregação do evangelho e salvação do que crê em Cristo Jesus.
Paulo está agora prestes a passar a tocha ao jovem Timóteo. “Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas”, escreve ele; “suporta as aflições, faze o trabalho de evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério. Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia”, 2 Tim. 4:5-8. Visto que o seu próprio ministério chegava ao fim, Paulo exortava Timóteo a cumprir cabalmente o dele, a qualquer custo.
A palavra grega “partida” é a mesma usada com referência a soltar as amarras de um navio. O apóstolo estava zarpando da praia celestial, porém fazia-o com um senso de “missão cumprida”. Que modelo para Timóteo – e para nós também! A tocha está agora em nossas mãos!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

ATOS DOS APÓSTOLOS
Paulo em Jerusalém
Paulo chegou em Jerusalém mais ou menos em junho, 59 d.C., 20:16. Foi a quinta visita que se registra depois da sua conversão. No decurso deste período, sua mensagem tinha alcançado muitos gentios para a fé cristã, e por causa disto, era odiado pelos judeus descrentes.
Depois de ter passado quase uma semana em Jerusalém cumprindo seus votos no Templo, certos judeus o reconheceram. Começaram a gritar, e dentro de um instante, a turba estava por cima de Paulo como uma matilha de cães. Os soldados romanos apareceram em cena em tempo para salvá-lo de ser morto às pancadas. 
Na escada do castelo romano, o mesmo onde Pilatos condenara Jesus à morte 28 anos antes dele, Paulo, com permissão do comandante, fez um discurso à turba, contando como Cristo lhe aparecera no caminho para Damasco. Escutaram até que mencionou a palavra “gentios”, e então a turba se enfureceu contra ele. 
No dia seguinte, os oficiais romanos trouxeram Paulo perante o Sinédrio, para descobrir o que os judeus tinham contra ele. Foi o mesmo concílio que entregou Cristo para ser crucificado; o mesmo Concílio do qual Paulo fora membro; o mesmo Concílio que apedrejara Estêvão, e que repetidos esforços fizera para esmagar a Igreja. Paulo correu perigo de ser despedaçado ali, e os soldados o retiraram, levando-o de volta ao castelo. 
Na noite seguinte, lá no castelo, o Senhor se revelou a Paulo, assegurando-lhe que protegeria seu caminho até Roma, 23:11.
Em Éfeso, foi combinado que Paulo iria a Roma depois desta visita a Jerusalém, 19:21, mas, depois destes acontecimentos, Paulo nem teria certeza de sair vivo de Jerusalém. Agora, Paulo estava com absoluta certeza, pois o próprio Deus prometera que faria a viagem. 
No dia seguinte, os judeus enredaram outra cilada contra Paulo. Fervia a fúria popular. Tornou-se necessário preparar uma escolta excepcional de 70 cavaleiros, 200 soldados e 200 lanceiros para tirar Paulo de Jerusalém, e mesmo assim, na escuridão da noite, 23:23,24.
A Prisão de Paulo em Cesaréia, descrita nos capítulos 24, 25 e 26, ocorreu no verão de 59 ao outono de 61 d.C.. Cesaréia fora o lugar onde 20 anos antes Pedro recebera na igreja o primeiro gentio, Cornélio, oficial do exército romano.
Lucas esteve com Paulo em Cesaréia. Esta é a única visita de Lucas a Jerusalém de que se tem notícia. 
Paulo perante Félix, 24:1-27. Todas as acusações foram contestadas, vejamos: Era “uma peste”, acusação muito vaga; “promotor de sedições entre os judeus”, absolutamente falso, porque Paulo invariavelmente ensinava obediência ao governo; “tentara profanar o templo”, levando lá Trófimo, 21:29, o que não fez; “principal agitador dos nazarenos”, o que ele reconheceu e que não era contra nenhuma lei, judaica ou romana.
Félix casara-se com uma judia, estava familiarizado com as praxes judaicas e conhecia algo a respeito de Cristo. Estava profundamente impressionado e mandou chamar Paulo para que lhe explicasse mais o Evangelho, com o que ficou aterrorizado. Sua ambição e cobiça, porém, 24:26, impediu-o que  aceitasse Cristo ou soltasse Paulo.
Paulo perante Festo, 25:1-12. Festo foi nomeado sucessor de Félix em 60 d.C. Sendo acusado perante Festo e vendo Paulo que este se propunha a agradar aos judeus, e que não havia esperança de que lhe fizessem justiça, Paulo anunciou ousadamente a Festo que estava pronto a morrer se merecesse a morte, e apelou para César, o que como cidadão romano tinha o direito de fazer. Diante disto, Festo nada pôde fazer senão anuir à apelação.
Naquele tempo o César era Nero, bruto e desumano. Paulo, porém, sabia que, se deixasse o seu caso com Festo, seria devolvido ao sinédrio judaico, o que significaria condenação certa. Sendo assim, escolheu Nero. Além disso, queria ir a Roma.
Paulo perante Agripa, 25:13 - 26:32. O discurso de Paulo perante Agripa e o outro em Atenas são, geralmente, considerados dois dos mais soberbos exemplos de oratória da literatura. São ambos muito breves, simples resumo do que ele deve ter dito, porque é difícil crer que, num e noutro caso, Paulo falasse menos de uma hora.
Esse Agripa era Herodes Agripa II, filho de Herodes Agripa I, que, 16 anos antes, matara Tiago, o irmão de João, 12:2; era neto de Herodes Antipas que matara João Batista e escarnecera de Jesus, e bisneto de Herodes, o Grande, que trucidara os meninos de Belém, ao tempo de nascimento de Cristo. Sua capital era Cesaréia de Filipe, próxima do cenário da transfiguração de Jesus, 30 anos antes.
Agripa, cuja família estivera tão intimamente relacionada com toda a história de Cristo, naturalmente estava curioso por ouvir um homem do calibre de Paulo, que tanta excitação causara entre as nações a respeito de uma pessoa que sua própria família houvera condenado.
A única discordância que Festo pôde ver entre Paulo e seus acusadores era que aquele pensava ainda estar vivo Jesus, ao passo que os acusadores O julgavam morto, 25:19. A grande pompa que Festo arranjou para a ocasião era o testemunho da personalidade dominante de Paulo, porque certamente um preso comum não provocaria tal exibição de esplendor real. 
Após ouvi-lo, o rei, o governador e Berenice, concluíram que Paulo nada fez que fosse digno de morte. Então o rei Agripa disse a Festo: “Este homem bem podia ser solto, se não tivesse apelado para César”, 26:31,32.   
A Previdência Divina. A maldade humana é controlada pela soberania divina. Os judeus desejavam que Paulo fosse transferido de Cesaréia para Jerusalém. Se Festo tivesse atendido às exigências dos judeus, talvez o Novo Testamento não contasse com Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom.
ATOS DOS APÓSTOLOS
3ª Viagem Missionária de Paulo


 
Paulo partiu novamente para a Galácia, onde reinavam a piedade e a paz nas comunidades cristãs.
Atravessou a Frígia, as montanhas do centro da Ásia Menor e o vale do Meandro, e chegou a Éfeso, 18:23; 19:1,8,10; 20:31. Aí Priscila e Áquila já haviam completado a instrução cristã de Apolo, judeu alexandrino douto e eloquente, que com zelo e sucesso pregara o cristianismo na sinagoga, e já partira para Corinto, 18:24-28; 19:1.
Em Éfeso, Paulo conheceu também uma dúzia de discípulos de João Batista, 19:2-7, e pregou durante três meses na sinagoga. Como a maior parte dos judeus continuava incrédula, dirigiu-se aos gentios, pregando no auditório de um tal de Tirano.
Lucas narra detalhadamente alguns episódios das atividades de Paulo em Éfeso, como  curas e expulsão de demônios, a destruição de um grande número de livros de magia, 19:11-19, e o tumulto que, depois de três anos, ocasionou o fim da estadia de Paulo naquela cidade, 19:23-41; 20:1. Nessa viagem abriu também outras igrejas, juntamente com seus colaboradores.
Em Éfeso, Paulo sofreu muitas e duras provações como: Perseguições da parte dos judeus, 20:19; 21:27,28; uma determinada tribulação que, “acima de suas forças”, o oprimiu, a ponto de ele “perder a esperança de conservar a vida”, 2Cor 1:8-12; 11:23; uma luta contra as feras, 1Cor 15:32. Em sua Epístola aos Romanos, 16:4, Paulo fala num perigo mortal, do qual foi salvo por Priscila e Áquila.
Além disso, Paulo andava muito preocupado com algumas comunidades cristãs. Os gálatas quase deixaram afastar-se dele pelos judaizantes; então lhes escreveu a Carta aos Gálatas.
Na comunidade de Corinto infiltraram-se graves abusos morais. Paulo reagiu numa carta,1Cor 5:9, e mandou Timóteo e Erasto a Corinto, 19:22; 1Cor 4:17.
Para terminar essa viagem, Paulo queria viajar por mar a Síria, junto com os representantes das comunidades que haviam arrecadado dinheiro para os cristãos, mas, por causa de um atentado contra a sua vida, tramado pelos judeus, viajou por terra.
Em Filipos, Lucas ajuntou-se a ele. Então, em Trôade, tomaram o navio para Mileto, onde Paulo mandou chamar os anciãos de Éfeso para se despedir; entendendo que nunca mais os veria, 20:17,36-38.
Depois navegaram até Tiro, onde profetas tentaram convencer Paulo que não fosse a Jerusalém. Paulo, porém, continuou sua viagem até Ptolemaide e daí por terra até Cesaréia, onde durante vários dias foi hóspede de Filipe, um dos Sete,  6:5.
Um profeta da Judéia, Ágabo, predisse que em Jerusalém esperavam-no algemas e prisão, mas Paulo não se deixou reter, 21:1-16. Então Paulo seguiu para Jerusalém com alguns discípulos de Cesaréia.

domingo, 11 de novembro de 2012

                                                                  

ATOS DOS APÓSTOLOS
2ª Viagem Missionária de Paulo
Na segunda viagem, 15:36;18:22, Paulo não demorou muito em Antioquia. Contudo visitou com Silas as comunidades cristãs da Síria, da Cilícia, de Derbe, Listra e Antioquia da Pisídia. Em Listra conheceu Timóteo, que se tornou um dos colaboradores mais fiéis do apóstolo, 15:35;16:1-3.
Daí seguiu com Silas para a Frígia, a terra dos gálatas, onde foi detido por uma doença e recebido “como um anjo de Deus”, como o próprio Cristo, Gl.4:13-15.
Depois de atravessar a Míssil chegou a Trôade, 16:6-10, onde se encontrou com um médico, Lucas, que se juntou à sua companhia.
No mesmo lugar teve a visão noturna da Macedônia, clamando por socorro, para onde seguiu imediatamente.
Deslocou-se de Neápolis para Filipos, onde foi fundada uma comunidade muito florescente, composta quase exclusivamente de gentios, 16:11-40; 1Ts.2:2, que mostrou grande afeição para com Paulo, Fp.1:3-8,10-17.
Os magistrados da cidade mandaram prender a Paulo e Silas; mas, durante a noite, foram soltos por serem cidadãos romanos.
Seguiram até Tessalônica, onde Paulo pregou durante três semanas na sinagoga e converteram-se numerosos “tementes a Deus” e alguns judeus.
De Tessalônica, Paulo e Silas partiram para Beréia, onde numerosos judeus e gentios da elite foram conquistados para o cristianismo, até que Paulo, pelas ameaças dos judeus, foi obrigado a abandonar a cidade. Paulo deixou Silas e Timóteo em Beréia e viajou sozinho a Atenas, 17:14.
Em Atenas Paulo pregou na sinagoga e no mercado. Alguns ouvintes, entre os quais havia filósofos epicuristas e estóicos, pensaram que estivesse anunciando novos deuses, então foi convidado para apresentar a sua doutrina no Areópago, ocasião em que Paulo pregou o Deus único.Mas, quando começou a falar sobre o juízo e a ressurreição, interromperam-no. Alguns gentios apenas deixaram-se convencer, como Dâmaris e Dionísio.
Paulo chegou a Corinto com o firme propósito de renunciar doravante à eloquência e sabedoria humana, e de só conhecer e pregar o Cristo crucificado, 1Cor.2:2.
Em Corinto permaneceu por dezoito meses, ficando hospedado na casa de Áquila e Priscila, com quem nos dias da semana exercia a sua profissão de armador de tendas. Nos sábados pregava na sinagoga.
Quando Silas e Timóteo, porém, lhe trouxeram ajuda financeira dos filipenses, 2 Cor.11:9; Fp.4:16, dedicou-se inteiramente à pregação. Converteram-se então alguns judeus,18:8; 1Cor.1:14, e muitos não judeus, principalmente das classes mais baixas, sem cultura, 1Cor.1:26.
Em Corinto, Paulo escreveu as cartas: 1 Tessalonicenses e 2 Tessalonicenses.
Invejosos do seu sucesso, os judeus o acusaram diante de Galião  como sendo propagandista de uma “religião ilícita”. Galião, porém, rejeitou a acusação dos judeus.
Em Corinto o apóstolo embarcou para a Síria, junto com Áquila e Priscila. Deixou seus companheiros em Éfeso, aterrou em Cesaréia e voltou para Antioquia, 18:18-22.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

ATOS DOS APÓSTOLOS
 APÓSTOLO PAULO
1ª Viagem Missionária 
O livro dos Atos dos Apóstolos relata três viagens missionárias de Paulo. Essa narrativa às vezes é muito detalhada, às vezes resumida demais.
A primeira etapa da missão foi a ilha de Chipre, de onde Barnabé era originário. O que interessa a Lucas é o primeiro contato do apóstolo Paulo com um magistrado romano, Sérgio Paulo, senador, antigo pretor, muito conhecido por inscrições.  
Na narração de Lucas, o nome Paulo toma dali em diante o lugar de Saulo.
Junto ao governador, Paulo teve de enfrentar um mágico de origem judaica, Elimas, 13:8. O sucesso das ciências ocultas era grande na época; o que pode surpreender é que um judeu as pratique. Segundo os Atos, Paulo terá outras ocasiões de se confrontar com mágicos. Na sua carta aos Gálatas, ele classifica as práticas de feitiçaria na categoria das obras da carne, próximas da idolatria, Gl.5:20.
Quando Paulo chegava em uma cidade qualquer, começava indo à sinagoga. Lá, podia entrar em contato com os judeus do lugar e os “ tementes a Deus ”, gentios atraídos para o judaísmo, 13:26.
Paulo, ao entrar em uma sinagoga, colocava-se no contexto litúrgico tradicional: Depois da leitura de uma passagem da Lei e outra tirada da coletânea dos profetas, os chefes da sinagoga convidam os visitantes a pronunciar algumas palavras de exortação. Paulo não se fazia de rogado! Usava da palavra e anunciava a Cristo.
Lucas narra os episódios usando a retórica da época. O discurso continha uma retrospectiva da história de Israel até Davi. Ainda que dirigido em prioridade aos judeus, o discurso continha um viés universalista, pois a palavra da salvação vale para os filhos de Abraão como para todos os que temem a Deus, 13:26. Sobretudo, Paulo esboçava uma crítica contra a Lei de Moisés, incapaz de trazer a salvação, 13:38,39,48. O sucesso junto aos não judeus apenas aumentou a irritação dos filhos de Abraão.
Para se justificar, Paulo declara: “ É a vós por primeiro que devia ser dirigida a palavra de Deus ”, 13:46. Paulo será fiel a este por primeiro, como se vê pela declaração:  “ O Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, do judeu  primeiro, e depois do grego”, Rom.1:16.
Para dirigir as comunidades, Paulo e Barnabé designaram anciãos. Este termo era tradicional nas comunidades judaicas para designar seus responsáveis.
                                               
Todas as três viagens começam e terminam na comunidade gentio-cristã de Antioquia e não na comunidade judeu-cristã de Jerusalém, e as epístolas confirmam isso.